Anestésicos Locais Para Concurso de Odontologia - O Guia Definitivo
Neste post você tem acesso a uma questão comentada de concurso público de odontologia, da banca FEPESE, que aborda os principais pontos cobrados nas provas para dentistas sobre anestesia local.
ANESTESIOLOGIA
Andre
7/8/20245 min read
Anestesiologia - Questão 02.
Dentista - Concórdia (SC) - 2024 - FEPESE.
Assinale a alternativa correta sobre os anestésicos locais utilizados em Odontologia.
A) Os anestésicos locais com pKa mais baixo possuem início de ação mais rápido do que aqueles com pKa mais alto
B) Anestésicos sem vasoconstritores possuem pH mais ácido do que os anestésicos com vasoconstritores
C) O Cloridrato de Lidocaína é um anestésico do tipo éster e possui classificação C para a gravidez
D) A mepivacaína é metabolizada principalmente no plasma sanguíneo
E) Anestésicos locais sem vasoconstritores possuem bissulfito de sódio
Resposta.
A questão deste post foi selecionada pois ela aborda aspectos importantes sobre os anestésicos locais, que são cobrados com frequência nas provas de concurso público de odontologia. Vale lembrar, que as informações contidas em cada parágrafo da resposta também já foram temas de questões que encontrei em outras provas! Assim, o objetivo deste post é fazer com que você tenha em mãos um resumão sobre anestesia local para qualquer concurso público de odontologia que você for fazer.
Bons estudos! :)
Generalidades - Anestésicos Locais.
Os anestésicos locais, na sua forma pura, são bases fracas instáveis a exposição ao ar e insolúveis em água*. Devido a estas características, os anestésicos puros possuem pouca ou nenhuma aplicabilidade clínica.
Contudo, devido a sua basicidade, os anestésicos podem ser combinados com ácidos e, desta forma se tornam mais solúveis em água e relativamente estáveis. Além disso, os anestésicos locais com Adrenalina e outros vasoconstritores são acidificados pelos fabricantes para evitar a oxidação do vasopressor. O PH de soluções com Adrenalina, por exemplo, é de cerca e 6,5; enquanto o PH de soluções sem Adrenalina é de aproximadamente 3,5.
De acordo com Malamed, "A elevação do pH (alcalinização) de uma solução de anestésico local acelera o início de sua ação, aumenta sua eficácia clínica e torna sua infiltração mais confortável. No entanto, por ser instável, a base do anestésico local precipita nas soluções alcalinizadas, tornando essas preparações pouco adequadas para uso clínico."
*A solubilidade em água é importante, pois os anestésicos locais são dispensados em um veículo aquoso (água destilada ou soro fisiológico).
Classificação - Anestésicos Locais.
As moléculas dos anestésicos locais são formadas por três partes: porção hidrofílica, porção lipofílica e cadeia intermediária.
A porção hidrofílica geralmente é uma amina terciária, que facilita a interação do anestésico com o receptor da célula nervosa.
Já a porção lipofílica é composta geralmente por um anel benzeno.
A parte lipofílica é ligada à hidrofílica pela cadeia intermediária, que pode ser uma cadeia éster ou amida. Devido a isto, a cadeia intermediária é quem dá a classificação aos anestésicos locais.
Como exemplos de anestésicos locais do tipo amida, podemos citar a Lidocaína, Mepivacaína, Prilocaína, Articaína, Bupivacaína, Ropivacaína e Etidocaína.
As amidas são metabolizadas no fígado por enzimas hepáticas, contudo, vale lembrar que a Prilocaína é metabolizada parcialmente nos pulmões e que a Articaína é classificada como amida intermediária, visto que possui grupamentos amida e éster na sua estrutura molecular e, assim, é metabolizada tanto no fígado quanto no plasma sanguíneo.
Por sua vez, como exemplos de anestésicos éster, temos a Procaína, Cloroprocaína, Benzocaína e Tetracaína. Os ésteres são metabolizados no plasma sanguíneo por enzimas conhecidas como colinesterases plasmáticas.
Um ponto importante sobre a Benzocaína, que pode ser encontrado nas questões de concurso público de odontologia é que este anestésico não possui porção hidrofílica, o que faz com que ele seja mais adequado para o uso tópico.
Dissociação dos Anestésicos Locais.
Para iniciar o estudo da dissociação dos anestésicos locais é essencial compreender que os anestésicos podem se apresentar de duas formas: forma ionizada e forma não-ionizada.
E MUITA ATENÇÃO: A constante de dissociação "Pka" define o valor de PH em que a forma ionizada e não-ionizada existem em equilíbrio.
Por exemplo, a constante de dissociação (Pka) da Lidocaína é de 7,9. Isto quer dizer que no PH de 7,9 teremos 50% do anestésico na forma ionizada e 50% na forma não-ionizada.
A forma não-ionizada atravessa a membrana da célula nervosa de forma mais fácil, assim, anestésicos com maiores concentrações de forma não-ionizada em um ambiente apresentam início de ação mais rápido.
Como relatado acima, o Pka da Lidocaína é de 7,9; por isso, em PH fisiológico, cerca de 25% da Lidocaína se apresenta na forma não-ionizada. Já a Bupivacaína possui Pka de 8,1 e, em PH fisiológico, apresenta uma fração de 15% na forma não-ionizada.
Diante disto, a Lidocaína tem início de ação (tempo de latência) mais rápido do que a Bupivacaína.
Através do relatado, podemos confirmar a alternativa D, que destaca que anestésicos com Pka mais baixo têm início de ação mais rápido do que anestésicos com Pka mais alto.
Infecções e Anestesia Local.
Outro aspecto que é cobrado com frequência nos concursos de odontologia é que tecidos com infecção (abscesso periapical, por exemplo) possuem menor PH e, nestes casos, há menor quantidade da porção não-ionizada do anestésico local. Por causa disso, o efeito é mais lento e reduzido. Tecidos infectados também possuem maior fluxo sanguíneo, o que remove o anestésico do seu local de ação mais rapidamente e diminui o tempo de efeito.
RESPOSTA CORRETA: Letra D
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