Classificação Le Fort - Resumo

As fraturas Le Fort são fraturas do terço médio da face, que representam cerca de 10 a 20% de todas as fraturas faciais

CIRURGIA

André

1/17/20243 min read

Fraturas Le Fort - Histórico

A classificação de Le Fort existe por mais de um século, contudo, apesar disso, ela ainda é utilizada até os dias atuais para classificação das fraturas o terço médio da face.

Em 1901, René Le Fort publicou seus trabalhos fundamentais, um experimento em três partes usando 32 cadáveres que estavam intactos ou decapitados. As cabeças dos cadáveres eram submetidas a diversos tipos de trauma; o tecido mole foi removido e os ossos, examinados. Le Fort observou que, de modo geral, se a face estivesse fraturada, o crânio não o estava.

Ele então afirmou que as fraturas surgiam em três linhas fracas na estrutura do osso facial: aquela que protegia a cavidade craniana, a que circunscrevia o terço médio da face e a que cruzava a face. A classificação de Le Fort foi desenvolvida com base nessas três linhas.

Fraturas Le Fort - Classificação

Na sua classificação, Le Fort considerou vários aspectos, como:

  • O vetor da força superando a inércia da face

  • A espessura do osso

  • Os pilares que se contrapõem à massa, à velocidade e ao ponto de aplicação

  • A maxila, visto que os seus fragmentos não eram afetados pela tração muscular, diferente dos ossos longos

A partir da análise destes pontos, Le Fort chegou na sua classificação, que divide as fraturas do terço médio de face em:

  • Fratura Le Fort I

  • Fratura Le Fort II

  • Fratura Le Fort III

Fratura Le Fort I

Também é conhecida como fratura de Guérin ou fratura transmaxilar e geralmente é proveniente de uma força que é direcionada aos dentes superiores.

A fratura Le Fort I começa na abertura piriforme e tem a sua linha de fratura passando horizontalmente sobre o ápice dos dentes superiores, o que resulta em disjunção pterigo-maxilar. O aspecto é de "palato flutuante".

Além isso, a fratura Le Fort I também inclui:

  • Paredes anteriores e laterais do seio maxilar

  • Paredes nasais laterais

  • Septo nasal (em alguns casos)

Fratura Le Fort II

É proveniente de uma força direcionada ao osso nasal e, devido ao seu formato, é conhecida como fratura piramidal. Resulta em um aspecto de "maxila flutuante".

A linha de fratura se estende da parte inferior da sutura nasofrontal, passando pelos ossos nasais da maxila, até a sutura zigomaticomaxilar e inclui o terço médio inferior da órbita. Em profundidade, a fratura continua, então, ao longo da sutura zigomaticomaxilar e pelas placas pterigóideas.

Fratura Le Fort III

Esta fratura, proveniente de uma força direcionada em região de órbita, separa a face da base do crânio e, por isso, é conhecida como disjunção craniofacial.

Na fratura Le Fort III, a linha de fratura se estende desde a região de sutura frotonasal e atravessa o osso lacrimal, até atingir as suturas do zigomático frontal e do temporal. A fratura também se estende ao longo do osso esfenoide, separando as placas pterigóideas.

As fraturas Le Fort III, muitas vezes, são altamente cominutivas e os pacientes podem apresentar fraturas em mais de um nível.

Fraturas Le Fort - Sintomas

São sinais e sintomas sugestivos de fratura facial:

  • Laceração

  • Ruptura de mucosa

  • Equimose

  • Hematoma

  • Edema palpebral

  • Hemorragia subconjuntival

  • Enfisema subcutâneo

  • Dor

  • Diplopia (visão dupla)

  • Dificuldade de movimentação da mandíbula

  • Crepitação

  • Desnível ósseo

  • Mobilidade óssea

Muito obrigado por acompanhar este texto até o final. Acredito que nele tenham todos os aspectos da classificação Le Fort cobrados em concurso público de odontologia!

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